REVENERO

"Nada real, tudo paradoxal."

O Vórtice

Se você é sedento por conhecimento e continuamente se instiga a compreender os meandros da vida e suas complexidades, há um limite, uma fenda, uma linha. Esse lugar é uma dimensão incompreensível, mas com regras que podem ser interpretadas. Ao cruzar o limiar e dar o primeiro passo rumo a esse lugar, não há retorno: você mergulha em um fluxo insaciável por saber, uma torrente constante e imponente. No entanto, todo esse conhecimento tem um preço.

Baseando-se no conceito da integridade equivalente e no equilíbrio energético das balanças cármicas, você gradualmente consome sua animosidade e sanidade. Quanto mais você desvenda os segredos do universo, mais se assemelha a ele. O vórtice é o caminho que separa seu ser do saber infinito. Pouco a pouco, pedaços de você se desvanecem, enquanto os conhecimentos preenchem os vazios deixados para trás.

Podemos imaginar uma analogia materializada: no vórtice, há um espelho bilateral. Ao mergulhar na vida estática e começar a racionalizar seus pensamentos e objetivos, você se vê engolido por ele. Em troca, torna-se menos você e mais ele. Este é o dilema da troca.

O vórtice é a fonte constante da minha melancolia irreparável e da minha sede primordial incurável. Constantemente ofereço retratos do que um dia fui por novas peças do que um dia serei, ou tento pensar que serei, afinal, este conhecimento não é meu; ele é tudo, e está presente em todos…

“A Sinfonia do Caos” – Como gosto de chamar a ordem do universo. Essa ordem se manifesta de forma intrigante, pois é uma estruturação organizada de elementos caóticos. E essa descrição nos leva a uma nova definição: o poder da criação (que todos nós temos) é a habilidade de estruturar o caos que habita dentro de nós. O caos interno é resultado da fonte inesgotável de instintos criativos, e ao acessá-los, obtemos o poder divino herdado de alguma divindade: criar mundos e cenários infinitos.

O Vórtice ecoa com a “Sinfonia do Caos”; o vórtice é a jornada, e a Sinfonia do Caos é a singularidade. Esta é a fórmula que dá origem ao veículo que nos conduz na busca pelas respostas que ninguém jamais conseguiu encontrar, pois, caso alguém o faça um dia, esse alguém terá sido completamente consumido pelo vórtice, tornando-se a própria singularidade. Nesse ponto, não podemos mais enxergar além da singularidade.

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