Arquivo de Narrativas Poéticas - Revenero https://revenero.com/category/narrativas-poeticas/ "Nada real, tudo paradoxal." Sat, 08 Jun 2024 21:03:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.5 https://revenero.com/wp-content/uploads/2024/06/2af6c371-0ad7-48ee-859d-fe9912af0b18-150x150.jpeg Arquivo de Narrativas Poéticas - Revenero https://revenero.com/category/narrativas-poeticas/ 32 32 O Viajante das Estrelas https://revenero.com/narrativas-poeticas/o-viajante-das-estrelas/ https://revenero.com/narrativas-poeticas/o-viajante-das-estrelas/#respond Thu, 06 Jun 2024 17:04:38 +0000 https://revenero.com/?p=97 "Ao contemplar as estrelas, sinto a nostalgia de uma existência cósmica. Pertencendo ao universo infinito, minha alma anseia pelo eterno baile dos astros e pela magia do desconhecido."

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Minha origem é distante; eu estava em todos os lugares e, ao mesmo tempo, em lugar algum. Meu ser navegava infinitamente pelos campos frios do universo. Meu propósito era vagar sem destino definido, contemplando o brilho das estrelas e o baile cósmico dos astros, vislumbrando o ciclo eterno de transformação. Por muito tempo, isso definia minha existência: um ser de pura energia com um desejo insaciável de contemplar a magia do universo. Meus amigos eram os eventos cósmicos, e minhas vontades permeavam esse fluxo contínuo de experiências e descobertas.

Essa jornada primordial foi interrompida por um novo propósito. Eu havia explorado o universo aberto, mas nunca me aventurara no universo limitado pela própria essência da existência. Em minha nova forma materializada, meu espírito sempre soube que pertencia aos céus. Olhar para as estrelas me traz uma nostalgia complexa e uma melancolia imensurável. Eu era das estrelas; eu pertencia às estrelas, e esse pensamento é inato dentro de mim, sempre foi e sempre será.

Apaixonado pela liberdade e pela contemplação, o destino me reservou uma nova descoberta. Sinto que ele queria que eu entendesse o que é limitado, para valorizar o que não tem limites. Todos os conceitos me guiam para a verdade: o tudo está em tudo, até no nada.

Não sei qual é o propósito da minha transformação, assim como na teoria dos três corpos, onde as trajetórias são incalculáveis. Não sei quem é o maestro do universo, mas fui alocado em uma sinfonia. Vejo-me como um violinista tímido que toca solos agudos, externando minha alma através de meu som inconstante. Essa alma, que um dia foi pura energia, era algo etéreo, intransponível, imaterial.

Minha nova existência é também repleta de ilustrações da valsa cósmica. Preciso criar, destruir, me transformar e recriar. É um ciclo contínuo de curiosidade e descobertas que posso guiar, mas não controlar. Estou à mercê do que essa infinidade me reserva.

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O Vórtice https://revenero.com/narrativas-poeticas/o-vortice/ https://revenero.com/narrativas-poeticas/o-vortice/#respond Thu, 06 Jun 2024 17:01:23 +0000 https://revenero.com/?p=93 "O vórtice do conhecimento consome nossa essência, trocando pedaços de nós por fragmentos do infinito. Nele, cada passo em direção ao saber nos torna menos nós mesmos e mais parte da vastidão universal."

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Se você é sedento por conhecimento e continuamente se instiga a compreender os meandros da vida e suas complexidades, há um limite, uma fenda, uma linha. Esse lugar é uma dimensão incompreensível, mas com regras que podem ser interpretadas. Ao cruzar o limiar e dar o primeiro passo rumo a esse lugar, não há retorno: você mergulha em um fluxo insaciável por saber, uma torrente constante e imponente. No entanto, todo esse conhecimento tem um preço.

Baseando-se no conceito da integridade equivalente e no equilíbrio energético das balanças cármicas, você gradualmente consome sua animosidade e sanidade. Quanto mais você desvenda os segredos do universo, mais se assemelha a ele. O vórtice é o caminho que separa seu ser do saber infinito. Pouco a pouco, pedaços de você se desvanecem, enquanto os conhecimentos preenchem os vazios deixados para trás.

Podemos imaginar uma analogia materializada: no vórtice, há um espelho bilateral. Ao mergulhar na vida estática e começar a racionalizar seus pensamentos e objetivos, você se vê engolido por ele. Em troca, torna-se menos você e mais ele. Este é o dilema da troca.

O vórtice é a fonte constante da minha melancolia irreparável e da minha sede primordial incurável. Constantemente ofereço retratos do que um dia fui por novas peças do que um dia serei, ou tento pensar que serei, afinal, este conhecimento não é meu; ele é tudo, e está presente em todos…

“A Sinfonia do Caos” – Como gosto de chamar a ordem do universo. Essa ordem se manifesta de forma intrigante, pois é uma estruturação organizada de elementos caóticos. E essa descrição nos leva a uma nova definição: o poder da criação (que todos nós temos) é a habilidade de estruturar o caos que habita dentro de nós. O caos interno é resultado da fonte inesgotável de instintos criativos, e ao acessá-los, obtemos o poder divino herdado de alguma divindade: criar mundos e cenários infinitos.

O Vórtice ecoa com a “Sinfonia do Caos”; o vórtice é a jornada, e a Sinfonia do Caos é a singularidade. Esta é a fórmula que dá origem ao veículo que nos conduz na busca pelas respostas que ninguém jamais conseguiu encontrar, pois, caso alguém o faça um dia, esse alguém terá sido completamente consumido pelo vórtice, tornando-se a própria singularidade. Nesse ponto, não podemos mais enxergar além da singularidade.

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